Festa Literária Internacional de Niterói 2025 (dia 17/10)
- Flor azul

- 18 de out.
- 2 min de leitura















Poucas coisas se comparam a um leitor no meio de um paraíso literário! Para nós, a sensação de estar entre as páginas, as palavras e os livros liberta! E foi como me senti ontem no meu primeiro de FLIN: a literatura se fez no público que passava, nas atrações que pesquei aqui e ali e nos pedacinhos do ar!
Ainda assim, o que eu ansiava mesmo eram as mesas do Itamar Vieira Junior e do Mia Couto! O primeiro calcou de magia a história do suor e do grito de um povo distante pra mim; o segundo, de quem, até o momento, li apenas poesias, mas cuja literatura se escreve da terra e do sangue de um lugar cuja luta não dimensiono… Meu pequeno universo não tem tanta maldade para entender certas nuances, mas agiganta em sua simplicidade o valor de gente que amei sem ver!
Foi incrível estar na sua presença, porém também estranho, porque pareciam humanos: eu me senti ouvindo amigos, que compartilharam em uma mesa de café ou na sala de casa os rascunhos de seus sonhos… Suas falas sobre espaços, nossas percepções como seres da terra e a morte que esbarra perto demais tornaram a arte parte do mundo dos outros! Não parecíamos seu público ou admiradores, mas gente do cotidiano, que lhes leva o palco porque ama com a alma…
E, chocando um total de zero pessoas, eu chorei por essa celebração da vida invisível que nos toca a todo instante, sempre à espera de alguém que a traga ao mundo! Ela é magia, motivo, meio, estrada, pergunta e representatividade de gente que tem sede de escutar…! Em minha pequenez de escritora iniciante, com textos na gaveta e um sonho de visão, ontem foi uma daquelas situações em que as minhas vias se encaixaram… Eu estava no que fazia sentido, nessa força que pisa e bate pra reclamar território nos corações!
Ainda vou em mais um dia de FLIN, porém posso afirmar: a melhor coisa ontem foi ver que a literatura não está mais em um pedestal… Depois de tanto tempo exclusiva, esguia, por vezes cega, ela desceu até nós: até os seus porquês!



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