A mulher que não foi…
Que poderia ter sido, mas não deu;
Que se encheu de esperanças e foi,
Mas o destino não quis que tivesse
O que parecia ser tão seu…
A mulher que fez de tudo para acontecer
E que queria ser grande a tal ponto
Que todos se lembrassem dela
Por ter contribuído com alguma coisa!
A mulher que queria recomeçar
Toda a história da mulher até aqui
E fazer Maria Quitéria se ajoelhar
Diante do que ela poderia fazer…!
A mulher que, destemida, pretendia
Reconstruir o mundo num só dia
E fazer cada canto seu clamar
Por essa sua Imperatriz Gregoriana!
Mas, à medida que a tarde se ia,
Ela viu seus restos partirem ao longe
E entendeu que o sonho a deixava
Para adentrar aquela densa noite…
Admirou, assim, triste, o que ficava dela,
A esperar que se salvasse alguma coisa!
Porém, nada a impedia de minguar
Àquela janela que tanto clamava:
“Oh, Gregória…! Oh, Gregória…!”.
Março/2024
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